joão filipe gomes_ooutrodemim@hotmail.com

30 de jan. de 2007

Vi as luzes do meu país. A linha de costa, a minha praia, Beja lá ao fundo e, de repente, Lisboa a entrar pela janela, pelos meus olhos, cheia e iluminada, já nada me separava daquele momento.

Uma calma estranha foi-se apoderando de mim, sem pressas, um frio bom na pele e, sem dar conta, ali estava, ali estavam. Uma estranha sensação em mim fez com que tudo se tornasse pesado, estranhamente pesado, como se aquele lugar me agarrasse para nunca mais me deixar, um peso imediatamente transferido para os corpos que se encontram. O abraço que esmaga tudo, a distância, a saudade, a lágrima que não pede para cair... ali, em casa!

A melhor coisa de partir é, sem qualquer dúvida, o regresso. São mil aventuras, histórias, experiências e o que mais couber... mas só chegamos verdadeiramente a algum lugar, quando chegamos a casa, quando o abraço da saudade nos levanta os pés do chão.

Imaginei que fosse falar, dizer coisas avulsas e sem sentido, coisas que servem apenas para confirmar que ali estou, bem, inteiro... por fora. Mas nada do que disse foi percebido pela minha mente. Essa estava inteiramente ocupada a sentir o que se sente na chegada, no encontro com aquele que sou, com os lugares, as memórias, com o conforto de me saber de volta, com a certeza de voltar a partir. São momentos únicos, nunca repetidos, para sempre guardados em mim.

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